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página 252 do livro: “todas as coisas que eu te escreveria se pudesse”

15 3 ER 0.5915
eu te amo, mas é hora de ir embora.
se eu ficar aqui a gente vai se machucar até que nossas luzes se apaguem um para outro. até que o encanto vá embora e a gente tenha esquecido que um dia foi bom, foi leve, foi nosso. e já não é nosso faz um tempo.

é hora de ir enquanto as luzes do espetáculo estão acesas e o amor que nutrimos um pelo outro continua no ar, no centro das nossas preces. enquanto eu ainda rezo por você e peço para que o universo te guarde, enquanto você ainda me olha com olhos de quem encontrou um caminho.

pode pegar seu caminho agora, tá tudo bem.

eu te amo, mas é hora de admitir que tentamos de tudo: conciliar horários, agendar conversas, dialogar até a manhã seguinte. tentamos mudar a retórica, ajeitar a postura, mudar de atitude, enternecer o diálogo, evitar as brigas. mas a verdade é que o amor romântico se transformou em cuidado, carinho, afeto. foi embora para dar lugar a outra espécie de amor, mais branda e incondicional.

eu te amo, mas preciso ir.

antes que a gente se pergunte por qual razão, um dia, resolvemos nos escolher. por que decidimos nos amar, nos esticar um na existência do outro. antes que me você olhe e se pergunte com qual versão desconhecida de mim você vai se deitar desta vez e eu me pergunte com qual versão de você terei que me despir - novamente, em uma cansativa tentativa de fazer as pazes.

não faremos as pazes, faremos as malas emocionais e as vontades de sermos felizes, não importa com quem.

segue daí que daqui vou seguir também.

35 6 ER 0.5536
minhas memórias de você estão indo embora. já não lembro o cheiro do seu perfume quando abraçava o pescoço e a nuca, o gosto do beijo quando fazíamos amor, o tamanho do sorriso quando me via chegar na sua casa, minhas memórias sobre você estão partindo.⁣

o problema é que a gente nunca sabe pra onde vão, o que acontece com elas, em qual mundo se desmancham ou terminam, em qual universo deixam de existir. e é triste porque, no fim, a memória é a metáfora do passado ocupando o presente e que nos mantêm vivos, existindo, esticando conversas e sentimentos no espaço e no dia a dia.⁣

e eu juro que tentei guardar tudo de bom que ficou entre nós em alguma parte do meu coração que ninguém tocaria, mas a vida traz outras pessoas e de repente estamos criando novos momentos com elas. de repente, pouco antes de dormir, você se dá conta de que perdeu a imagem do outro tomando banho enquanto você escovava os dentes pela manhã. você esquece a imagem da luz do sol deitando-se sobre a pele dele enquanto dormia um sono profundo pouco antes de acordar.⁣

minhas memórias de você estão me abandonando.⁣

faltava isso pra gente deixar de existir um na vida do outro. era a última das presenças que eu mantinha em casa pra me sentir menos só. as lembranças da gente nos carnavais passados, antes da pandemia. as lembranças de você indo comprar pão com shorts e havaianas, sorridente pela parte favorita do dia. as vezes que deitava no meu peito e adormecia como se não precisasse da realidade dura da vida pra continuar vivendo. os dias de intensa paz que não havia encontrado em nenhuma outra superfície, pele, livro ou efêmeras emoções.⁣

e agora todas elas estão partindo. me deixando aqui com espaços e partes nossas que já não sei contar se existiram ou não. com imagens borradas do que realmente tivemos ou o que, da minha parte, se tornou invenção. será que eu estou te inventando. será que a gente passa a inventar o que não existiu pra continuar acreditando no amor? será que toda memória é uma espécie de invenção?

minha memória de você está indo embora e já não consigo te enxergar aqui, em mim, nós.

14 0 ER 0.4111
“ainda dói. a quem estou tentando enganar? é claro que dói, dói muito. mas amanhã quem sabe isso passe. vou torcer pra que sim.”

pág 43 do livro: textos cruéis demais para serem lidos rapidamente 📕❤

5 2 ER 0.2991
existe muito amor-próprio dentro de mim. ainda existem muitas versões de mim que precisam deste meu movimento agora. 🥺💘

8 4 ER 0.3265
há apenas três décadas que, para os cientistas, eu deixei de ser doente e o meu amor deixou de ser errado. mas a maneira como eu amo já existia muito antes de uma data e era bonita antes mesmo de alguém dizer o que era certo e errado.⁣

às vezes, quando estou contigo, eu me pergunto como alguém pode odiar dois homens que se amam. quão audacioso alguém precisa ser para destilar seu ódio em dois corpos que encontraram um no outro motivos para seguir. quão vazio alguém pode estar para se ocupar do espaço de amor a que outras pessoas estão predestinadas. ⁣

há apenas três décadas que deixou de ser doença a forma como minhas amigas dançam descalças na sala de casa. as flores que uma compra para a outra em comemoração aos seus aniversários. o choro compartilhado de ambas quando alguma delas conquista a vaga de emprego ou a vaga na faculdade tão sonhada.⁣

há apenas três décadas que deixou de ser doença assistir nos meus amigos o amor crescer feito planta. ver nos olhos do casal que existe uma festa, uma emoção e o amor tomando conta de tudo: desde os moveis que compraram para a casa nova à maneira como se cuidam, se protegem, se respeitam. é o amor sendo como ele sempre foi: grandioso. ⁣

o meu amor por você deixou de ser considerado doença há apenas trinta anos, mas na verdade nunca fomos ou estivemos doentes. o que tínhamos, e continuamos tendo, é o sentimento mais bonito do mundo sendo abrigado em uma parte nossa que é livre, aberta e infinita. o que tivemos antes de sermos "curados"pra agora é apenas mais e mais amor, mais e mais sentimento.⁣

eu nunca estive doente e meu amor nunca foi algo do qual se envergonhar. quando eu te beijo, sinto que o amor é pra mim. quando te desejo, sinto que a paz e a vida foram feitas pra mim. quando te experimento, entendo por existo neste planeta: eu precisava compartilhar contigo a infinitude do que me abriga, do que me forma. ⁣

não somos doentes. nunca fomos. nem estaremos.⁣

a doença mora na falta de amor. naqueles que não o veem em tudo e em todas as pessoas.

5 0 ER 0.2942
você vai encontrar alguém que não precisará tentar, como num lego, encaixar todas as cores e fazê-las simétricas
porque ela será sua pessoa independente de.
o silêncio entre vocês não vai quebrar o vidro
não vai queimar o ar
não será constrangedor
não trará arrependimentos
o silêncio, pelo contrário, vai desenhar uma história de afeto e
vocês conseguirão se tocar sem o entrelaçar das mãos

mas quando as mãos se entrelaçarem
e vocês sentirem o suor um do outro
o corpo do outro sendo parte do seu
e o céu azulzinho benzendo todo o desejo ali colocado

você encontrará alguém que te olhará tão firme nos olhos
que suas pernas vão tremer e anunciar que o carnaval
não acabou ainda: tem alguém fazendo do meu coração uma escola de samba
e você, como nunca antes, vai querer ficar
passar pela avenida toda, sem retroceder
vai querer sentir cada vontade de ficar com aquela pessoa, cada fresta de um sentimento
que não nomeamos quando estamos passando por ele e é tão bom

quando estamos próximos de uma conexão tão pura
e sincera com alguém, tão próximos de uma verdadeira
compreensão mútua do amor ou desejo,
quando nada mais importa

alguém que vai colocar sua mão sobre os ombros dela
e vai dizer que esteve te procurando por muito tempo,
em becos escuros e ruas sem saída e que, naquele dia,
em que vocês decidiram se esbarrar,
ela pulou o muro de uma casa pra avistar melhor o
caminho que viria pela frente
e ela te dirá que não teve medo do caminho quase impossível,
porque coisas impossíveis também são passíveis de mudança

alguém vai te beijar tão suavemente a boca
que os anjos ao se redor vão parar pra prestar atenção
no movimento de duas pessoas
que estão prestes a conhecer tudo um sobre o outro

e a língua, percorrendo a pele
a sensação da intimidade navegando pelo estômago
e se transformando em adrenalina
o cérebro quando começa a perceber a chegada de alguém novo,
alguém com vontade de ficar

e nesse dia, quando ele chegar
e sem alarde, porque dias como este vêm num sopro,
você vai agradecer
porque está vivo
porque se permitiu
porque deixou um corpo desconhecido
chegar e mudar o conceito da palavra intimidade.

13 1 ER 0.2846
“às vezes, na ânsia de estar apaixonado e com⁣ alguém, nos colocamos em lugares e em pessoas que nos trazem ainda mais sede. que nos tornam ainda mais escassos. esse é o risco que corremos por nos contentarmos com aquilo que nos prende, em vez de libertar. e quantas vezes nos deixamos em meias-relações, meios-amores, meias-felicidades? porque lidar com aquilo que está pela metade parece fácil, parece fazer sentido. mas se pergunte aí: “faz sentido estar aqui e continuar me sentindo vazio?”; “faz sentido permanecer neste relacionamento se eu mesmo já não estou aqui?”; “faz sentido beber de alguém cujo amor não alimenta?”. e por mais difícil que a resposta seja; por mais complicado que possa parecer o caminho solitário que vem depois do fim... é preciso se libertar. há muitas fontes pelo mundo, durante a vida, em muitas outras pessoas. você só precisa achar aquela que te faça transbordar.” ⁣

página 23 do livro “todas as coisas que eu te escreveria se pudesse” 🦋🌷

6 5 ER 0.2680
posso te segredar uma coisa?

alguns movimentos só poderão ser feitos por você mesmo. você tem que aprender a se proteger do mundo. você tem que aprender a se proteger das pessoas más. atravessar a rua quando necessário. desviar a rota, encolher o corpo, correr. você precisa entender que alguns amores, tão incompletos, nunca valeriam sua sanidade mental. e, sabe, não há nada de errado em se permitir estar sozinho. não há nada de ultrajante querer se deliciar da própria companhia, rir da própria piada, degustar da própria personalidade. você precisa querer ser suficiente pra si mesmo. porque tudo que existe lá fora são pessoas à procura umas das outras e, perceba, ainda assim é tudo tão vazio e distante. repara bem: vazio e distante. outro segredo: a única distância que pode ser facilmente percorrida é de você para dentro de você. quem sabe neste caminho você não encontre paisagens maravilhosas, rotas acolhedoras e dias mais macios? se proteja conhecendo o edifício único que você é.

9 0 ER 0.2581
eu sou o meu maior amor.

aquele que resiste ao final de cada ano, estando cada vez mais sábio de si e do que quer. e ele me quer muito, tanto e sempre, mais agora que nunca.

eu sou o meu maior amor.

aquele que enfrenta os dramas e as crises, as noites de profunda incerteza sobre a vida, assim como assiste às emoções mais felizes tomando conta de mim. que me observa cair nos mesmos erros e pedir perdão pela humanidade que me toma. que me encoraja a seguir em frente mesmo quando as circunstâncias do destino parecem me atar à tristeza ou a um estado de inércia.

é o amor-próprio que segue guiando as minhas decisões e regendo os meus objetivos que são me fazer feliz e completo em mim mesmo.

é o amor-próprio razão e sobretudo motivo para que eu crie espaços de conforto e paz pra mim e para aqueles que amo e quero por perto.

eu sou o meu maior amor.

aquele que vem antes mesmo dos meus traumas e de todas as vezes que penso em desistir de mim, dos outros, de tudo.

aquele que me vê acordando e opta por me sustentar, acolher, abraçar: é o meu próprio amor que me faz enfrentar a dor, a mágoa, o abandono e o desamor. é ele quem me assiste tentar ser melhor no dia a dia - e me ampara na busca. sem ele não posso nada, não sei nada e não ouso querer nada.

é o amor-próprio quem me diz: “não fique aqui. saia daí. corra para cá. volte para os meus braços. sinto genuinamente a tua falta”. é o amor-próprio quem me possibilita exercer dignidade e afeto sobre meu próprio corpo, espírito e a tudo aquilo que me forma.

hoje e amanhã, depois de amanhã e ano que vem: eu sou o meu maior, mais trabalhoso e bonito amor.

3 3 ER 0.2129